A trapista Westvleteren vai deixar de ser a única marca de cerveja da Bélgica sem rótulos em suas garrafas. Tratada por especialistas como uma das melhores cervejas do mundo, ela passará a imprimir as suas informações em rótulos depois de 75 anos, período em que as informações legalmente exigidas eram inseridas nas tampas das garrafas.
Ter rótulos não é uma total novidade para as cervejas produzidas pela Abadia de São Sisto, em Westvleteren, pois isto já havia acontecido no período entre guerras e logo após a Segunda Guerra Mundial, como relata o prior da abadia, irmão Godfried.
“A partir daquele momento, os rótulos deixaram de ser colados nas garrafas de cerveja trapista que eram produzidas dentro das paredes da abadia. Mesmo quando os monges retomaram toda a produção trapista Westvleteren em suas próprias mãos em 1992, eles garantiram que todas as informações necessárias fossem declaradas na tampa da garrafa. Assim, depois de mais de 75 anos, as cervejas trapistas rotuladas voltarão a ser vendidas no portão da abadia”, diz.
De acordo com Godfried, a medida foi adotada para que os consumidores tenham a mais informações sobre os ingredientes da cerveja, o que seria impossível de reproduzir apenas nas tampas das garrafas da Westvleteren.
“Atualmente, há uma tendência geral na indústria alimentícia de informar os consumidores da maneira mais completa possível. Embora não haja obrigação legal para os produtores de cerveja fornecerem a lista completa de ingredientes e valores nutricionais, decidimos fazê-lo e reintroduzir os rótulos. Afinal, era impossível colocar todas essas informações na tampa da garrafa”, justifica.
Os rótulos das três cervejas trapistas produzidas na Abadia de Westvleteren levam imagens estilizadas das tampas. Além disso, foram inseridos de modo relativamente discreto nas garrafas, como assegura o irmão Godfried. O projeto de adoção da rotulagem começou no final de 2019.
“Nós nos certificamos de que a imagem tradicional das cervejas na caixa fosse afetada o mínimo possível. Por exemplo, os rótulos são colocados de tal forma que não podem ser vistos quando as garrafas estão no engradado. Apenas os frascos clássicos e escuros com o anel distintivo com a inscrição em relevo ‘Trappistenbier’ são visíveis”, diz.
Além do nome da cerveja e das informações legalmente exigidas, símbolos e alérgenos, os rótulos também contêm a lista completa de ingredientes em três idiomas, o logotipo com o brasão da Abadia de São Sisto e um QR code que leva para uma página na internet com a tabela nutricional completa.
E a adoção da rotulagem também vai alterar as tampas utilizadas nas garrafas. Uma vez esgotado o estoque atual de tampas metálicas no formato de coroa, elas serão substituídas por tampas de garrafa com um novo design simplificado e totalmente alinhado com os rótulos.
A Westvleteren
Fundada em 1839, a Westvleteren produz 3 rótulos: a 8, que possuía tampa azul, a 12, de tampa amarela, e a Blond, de tampa verde e também conhecida pelo número 6. Elas ganharam reputação internacional, com a Westvleteren 12 sendo considerada a melhor cerveja do mundo por alguns especialistas.
Mas mesmo com esse status, essas cervejas são vendidas apenas em pequenas quantidades, semanalmente, na porta do monastério e para compradores que realizaram reservas.
Em 2019, porém, a Westvleteren adotou a venda online. Mas ela é só uma etapa do processo de venda. Após pagar e reservar sua cerveja pelo site, o interessado ainda assim deve se apresentar pessoalmente no monastério para retirar a mercadoria. Apenas clientes individuais serão elegíveis à compra.
Na última quinta-feira (18), o pack com 6 garrafas da Westvleteren 12 era vendido por 149 euros, 20 euros a mais do que as mesmas opções da 8 e da 6. O preço individual era de 24,99 euros para a Westvleteren 12, ficando em 21,99 euros para a 8 e a 6.
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