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Com marca própria, Pão de Açúcar quer ficar com 25% das vendas de cervejas especiais do grupo

O GPA decidiu entrar no mercado das cervejas especiais e lançou a Fábrica 1959, marca exclusiva da rede que faz alusão ao ano de fundação do Pão de Açúcar. Com a fórmula criada em parceria com o Instituto da Cerveja Brasil e a cervejaria Imigração, do Rio Grande do Sul, a marca chega a todos os pontos de venda do GPA, incluindo o comércio eletrônico, com quatro rótulos: pilsen, IPA, weiss e witbier.

Um dos objetivos do GPA nesse segmento é aproveitar a onda crescente das cervejas especiais no País para expandir as vendas das marcas próprias do grupo. Hoje, as marcas exclusivas, que incluem Qualitá, Taeq, entre outras, representam 12,7% das vendas totais do GPA. A previsão da companhia é que até o fim de 2020 essa relação atinja 20%.

Para chegar às receitas usadas na Fábrica 1959, o GPA utilizou sua base de dados de mais de 20 milhões de clientes e analisou quais estilos teriam melhor aceitação. “Foram mais de dois anos de pesquisa para chegarmos aos sabores, receita, embalagem, rótulo e nome”, afirmou o diretor de Marcas Exclusivas do GPA, Samir Jarrouj.

Com a Fábrica 1959, a expectativa do GPA é de que, em um ano, ela atinja 25% de participação nas vendas em volume da categoria de cervejas especiais do grupo. Para isso, a empresa vai investir em degustação nas lojas do grupo, pontos adicionais nas unidades, divulgação por meio da grande mídia e influenciadores.

O gupo vai enfrentar a competição com marcas já vinculadas a cervejas especiais, como a Colorado, da Ambev, e a recém-lançada no Brasil Lagunitas, da Heineken. Além das artesanais, que têm crescido na preferência do consumidor. “Cerveja artesanal é um produto muito sensível, depende de estratégia muito consolidada em redes sociais, que são, ao mesmo tempo, oportunidade e problema”, afirmou o consultor Adalberto Viviani, especializado no setor de alimentos e bebidas.

Apesar das dificuldades, Viviani enxerga ampla possibilidade de sucesso na empreitada do GPA. “Por ser marca própria, eles regulam a oferta e têm preços competitivos”, disse Viviani. “Como eles têm muitas lojas, colocando essa oferta de maneira acentuada é possível ter vendas significativas.”

A iniciativa é novidade no ramo supermercadista. Até então, apenas o Dia havia testado a entrada nessa área, com o lançamento da marca Tag, uma cerveja puro malte, em 2015.

O mercado de cervejas especiais cresce de forma consistente no Brasil, mesmo com crise econômica. De acordo com o Anuário da Cerveja, elaborado pelo Ministério da Agricultura, em 2008 havia menos de 100 cervejarias registradas no País, enquanto no ano passado, o total chegou a 889, puxado pelas artesanais. Nesse número nem sequer estão contabilizadas as “cervejarias ciganas”, empresas legalmente constituídas, mas que utilizam estrutura produtiva de outras cervejarias.

Conteúdo rastreado pelo Radar Bebendo com Amigos. Originalmente postado por /Terra/Economia

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