Números da empresa de monitoramento de mercado IRI revelam crescimento na venda de cerveja nos Estados Unidos na primeira metade de 2019
Sob uma perspectiva mais abrangente, o mercado total de cervejas no Estados Unidos apresentou crescimento no primeiro semestre de 3,5% de acordo com a IRI. Mercado este que tem apresentado quedas sucessivas nos anos recentes, devido principalmente a gradativa diminuição de vendas das maiores cervejas do mercado, Bud LIght e Coors Light.
Boa parte do crescimento recente é devido a expansão acelerada de uma bebida chamada hard seltzer, um fermentado a partir de malte clarificado ou açúcar puro que possui sabores com frutas e baixas calorias. O produto foi adotado por algumas cervejarias como opção de crescimento de vendas num ritmo mais acelerado.
O hard seltzer é regulado sob a classificação de cerveja de acordo com o sistema norte-americano e a recente mudança de definição de cervejaria artesanal da Brewers Association foi realizada na direção de abrir caminho para que as cervejarias artesanais se dedicassem a produção de outras bebidas, como forma de competir com destilados e vinhos que apresentam expansão mais acelerada.
O principal nome entre as artesanais a surfar na onda dos hard seltzers foi a produtora da Samuel Adams, Boston Beer Company, que adicionalmente investiu no chá alcoólico Twisted Tea, juntos os dois produtos cresceram 14,7% no acumulado do ano, ajudando a compensar o declínio que a Boston Beer apresentou no segmento de cervejas. A AB Inbev também investiu no segmento com seu Bon & Viv Spiked Seltzer que cresceu 88,5% no ano.
Segmento de cerveja artesanal cresce mais lento
As vendas no segmento artesanal cresceram 2,9% até julho, no entanto as cinco maiores marcas do mercado registraram queda incluindo a Blue Moon da Miller Coors(0,3 %), a Sierra Nevada Pale Ale (-5,6%), a Shandy de Leinenkugel (-12,1%), Shiner Bock (-3,6 %) e a Lagunitas IPA (-0,3%).
Com a desaceleração recente do segmento artesanal, que passou para o patamar de crescimento de um dígito, as cervejarias de maior porte têm lutado para manter sua atuação abrangente, enquanto cervejarias de menor tamanho e concentradas localmente estão mais competitivas no cenário atual.
Na contramão dessa faixa do segmento em queda está a Dogfish Head, que recentemente completou sua fusão com a Boston Beer buscando navegar nesta nova realidade do mercado de maneira mais consistente. A cervejaria aumentou as vendas de seu portfólio em 4,8% no ano.
Mexican lagers mantém crescimento
Entre as quedas mais expressivas no primeiro semestre estão as marcas Bud Light e Coors Light , que caíram respectivamente 5,4% e 2,3%. A rota do declínio de vendas das duas marcas se mantém como ao longo dos últimos anos, mas os dois produtos ainda representam a maior parte do volume do mercado de cerveja norte-americano.
A Budweiser, da AB Inbev, caiu 4,5%, uma queda que representa mais de 45 milhões de dólares.
A tábua de salvação para as grandes cervejarias no mercado americano tem sido as chamadas mexican lagers, como Corona e Modelo de propriedade da Constellation Brands, por exemplo. Algumas microcervejarias também têm se dedicado ao estilo que costuma construir seu apelo sobre um clima latino e uma atmosfera de férias na praia
Outra fonte de crescimento para as grandes, em específico para a AB Inbev, é o mercado de baixas calorias liderado pela sua Michelob Ultra que cresceu 16% no primeiro semestre. O produto ganhou recentemente uma extensão de linha com a versão Pure Gold.
Entre as 25 maiores cervejarias que conseguiram crescer dois dígitos estão a Diageo, proprietária da Guinness (+14,5%), Founders (+ 14,3%), a Canarchy Craft Brewery Collective, que reúne uma série de cervejarias como Oskar Blues e Cigar City (+29%), a Firestone Walker (+22,7%) e Artisanal Brewing Ventures (15,5%).
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