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Caso Backer: Polícia Civil diz que substâncias encontradas na cervejaria não poderiam ser usadas

Foto: Ana Paula Pimenta/Itatiaia

Onze pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil, nesta terça-feira (9), no caso da cervejaria Backer, em que sete pessoas morreram e outras 22 foram contaminadas por mono e dietilenoglicol após consumirem a cerveja Belorizontina. A contaminação, segundo a polícia, foi causada pelo uso indevido das substâncias tóxicas. Entre os crimes cometidos estão homicídio, lesão corporal e contaminação de produto alimentício.

Segundo o delegado Flávio Grossi, que comandou o inquérito, foi comprovado o vazamento de mono e dietilenoglicol em um tanque e em um resfriador da cerveja Belorizontina. Essas substâncias, no entanto, não poderiam ser utilizadas nesses equipamentos “o manual dos equipamentos indicam que só pode ser utilizado álcool consumível, que não seja tóxico. Esse tipo de álcool poderia circular dentro do sistema cervejeiro e mesmo vazando, não haveria efeito danoso às vítimas. Se os manuais fossem seguidos, nós não estaríamos aqui. Nada disso aconteceria”, explica Grossi.

Por essa razão, seis pessoas responsáveis pelo setor técnico da produção foram indiciadas pelos crimes de contaminação alimentícia dolosa, lesão corporal culposa e homicídio culposo. O chefe da manutenção responderá por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício culposa.

Outras três pessoas do grupo gestor da empresa, no entanto, não irão responder pelo vazamento de mono e dietilenoglicol. Eles foram indiciados, de forma dolosa, pelo fato de terem mantido as cervejas contaminadas em estoque e vendê-las mesmo após terem tido conhecimento da contaminação. Uma outra pessoa, ex-funcionária da cervejaria, foi indiciada por falso testemunho e extorsão.

O inquérito durou cerca de seis meses e conta com mais de 70 mil páginas. Ao todo, segundo a Polícia Civil, foram ouvidas mais de 70 pessoas, entre vítimas sobreviventes, testemunhas e suspeitos.

Em nota, a Backer reafirma que irá honrar com todas as suas responsabilidades junto à Justiça, às vítimas e aos consumidores. Sobre o inquérito policial, tão logo os advogados analisarem o relatório, a empresa disse que vai se posicionar publicamente.

Conteúdo rastreado pelo Radar Bebendo com Amigos. Originalmente postado por /Rádio Itatiaia – A Rádio de Minas

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