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Estudo encontra substância apontada como cancerígena em 14 cervejas

Estudo encontra substância apontada como cancerígena em 14 cervejas

Uma análise feita pelo Pirg (Grupo de Pesquisa de Interesse Público dos Estados Unidos) com 20 tipos de cervejas e vinhos revelou que apenas uma delas, a Peak IPA, não apresentava níveis de glifosato.

A substância é apontada por alguns cientistas como cancerígena e acusada de ser possível responsável por casos de linfomas não-Hodgkin. Um relatório da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) também classificou a substância como “provável carcinógeno humano” em 2015.

Entre as cervejas, os maiores níveis foram registrados nas Tsingtao, Coors Light, Miller Lite, Budweiser e Corona Extra –vale ressaltar que a pesquisa analisou lotes de produtos americanos, que não necessariamente são iguais aos vendidos aqui.

Embora os níveis de químicos estejam abaixo da medida estabelecida pela OMS como “ruim”, Kara Cook-Schultz, diretora do departamento de tóxicos do Pirg, adverte que a prevalência mundial de herbicidas na natureza é preocupante. “Se encontramos esse nível de glifosato no vinho e na cerveja, mesmo com seus fabricantes dizendo que não estão usando o glifosato, isso indica que há glifosato em muitos outros produtos”, diz.

Níveis de glifosato nas cervejas em partes por bilhão (ppb) Imagem: U.S. PIRG Education Fundglifosato

Agrotóxico presente na agricultura brasileira

Diferentes empresas usam o glifosato em suas produções, entre elas, a Monsanto, agora adquirida pela Bayer, e que no passado já foi condenada a pagar R$ 1,1 bilhão a um paciente que alegou que seu câncer havia sido causado pelo agrotóxico –no caso dele, um jardineiro, o contato com o agrotóxico se deu por aplicar o produto em plantações.

De acordo com informações do Ministério da Agricultura, o limite máximo de resíduo pela lei brasileira para glifosato em soja, por exemplo, é metade do autorizado na Europa. “No Brasil o limite é 10 ppm (parte por milhão), na Europa é 20 ppm”, informou a assessoria de imprensa ao UOL VivaBem*.

Pedro Cristofoleti*, agrônomo e professor da USP (Universidade de São Paulo) — ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), afirma que, dentro das regras regulamentárias, o produto é seguro e pode e deve ser mantido até que seja substituído por nova tecnologia. “No passado, a falta de conhecimento, sobretudo de pequenos agricultores, resultavam em práticas perigosas. Ainda não estamos no nível ideal, mas a agricultura brasileira já evoluiu em nível de esclarecimento”, indica.

*Fontes ouvidas em matéria publicada no dia 20/02/2019.

Originalmente postado por /Viva Bem / UOL

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