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O autosserviço nos bares deixa a relação com os clientes mais fria?

A pergunta é polêmica e deixa muitos empreendedores com a pulga atrás da orelha sobre a decisão de automatizar ou não o serviço de chope de seu bar. Isso porque o atendimento é um dos maiores diferenciais competitivos de estabelecimentos de alimentação e bebidas. Afinal, o autosserviço deixa a relação com os clientes mais fria? A myTapp, empresa catarinense que trouxe a tecnologia para o Brasil em 2015, quer provar que a resposta é não. Por isso, a startup lançou na última sexta-feira (26) uma campanha nas redes sociais para discutir o assunto, em parceria com Bia Amorim, sommelier de cervejas, publisher da Farofa Magazine e organizadora do Guia da Sommelieria de Cervejas.

Bia Amorim (Foto Lukas Barreto)

Esse tema me interessa bastante, pois como consumidora eu gosto muito da possibilidade de experimentar rótulos diferentes, sem precisar ficar pedindo ao atendente a famosa ‘provinha’, o que pode ser constrangedor. A prática incentiva que você prove mais sabores, sem necessariamente fazer um consumo exagerado em volume, auxiliando o consumo consciente”, conta Bia. Ela também comemora o fato de “poder enxergar na tela localizada ao lado da torneira exatamente o quanto você está gastando, enquanto se serve da quantidade que deseja”. Com o sistema desenvolvido pela myTapp, o bar pode cobrar pela litragem do líquido servido em ml, ao invés de tamanhos fixos de copo, dando mais liberdade ao consumidor.

Como sommelier, eu dou muito valor ao serviço que também é uma conversa. Com a automação, o atendente não perde tempo servindo de costas para o cliente, mas está ali ao lado conversando e vendendo cerveja. Ele faz uma ponte entre a cervejaria e o bar, ajudando a traduzir alguma informação do rótulo e oferecendo novos aromas e sabores para tornar a experiência do cliente mais rica”, pontua a profissional.

Segundo pesquisa da Galunion, consultoria especializada no segmento de Food Service, a preferência dos consumidores por serviços automatizados tem aumentado no país. A maioria, 58%, prefere cardápios digitalizados, e 48% querem realizar o pedido sem o intermédio de funcionários, através de dispositivos eletrônicos. A pesquisa foi realizada de 11 a 17 de fevereiro de 2022 e contou com 1.103 entrevistas respondidas por homens e mulheres a partir de 18 anos, das classes ABC, em todo o território nacional.

Bia Amorim (Foto Lukas Barreto)

 

Eu acho interessante olhar para o crescimento do mercado ao longo dos últimos sete anos, inclusive pelo volume de clientes que a myTapp conquistou, como o setor cervejeiro aceita e demanda esse tipo de tecnologia. Olhar para esse desenvolvimento é também olhar para a profissionalização da gestão dos bares”, analisa a sommelier.

A campanha defende que a ferramenta ajuda a potencializar o atendimento humanizado, sem substituir as pessoas, mas auxiliá-las a realizar um serviço com qualidade superior. Segundo Mateus Bodanese, cofundador e diretor executivo da myTapp, “essa campanha vai demonstrar aos empreendedores que nossa solução pode oferecer a oportunidade de melhorar o atendimento, com um serviço qualificado e educar o público para tomar cerveja artesanal. Com a possibilidade de pagar exatamente por aquilo que consumiu, o cliente pode experimentar novos estilos de cerveja sem medo de errar e perder dinheiro”. A contrapartida financeira para o investimento, segundo a base de 360 clientes da myTapp, é um aumento de 30% no faturamento, redução de até 20% no desperdício de chope e economia com otimização de equipes de funcionários.

Conteúdo rastreado pelo Radar Bebendo com Amigos. Originalmente postado por /All Beers

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